Nada melhor para piorar uma segunda feira do que ser acordado ao som da Banda Calypso. Gên’ducéu, coisdilôco sô. É muita sacanagem, uai. Sonhava um sonho tão bom, mas tão bom... quando de repente: “Acelerou, acelerou, acelerou, acelerou meu coração... “ Sonhava que estava em Recife. Praia da Boa Viagem. Tomava uma aguinha de coco enquanto conversava animadamente com a Bruna Lombardi e a Luiza Brunet (lembro vagamente que estávamos combinando e marcando alguma coisa...) quando alguém me cutuca nas costas; viro e dou de cara com o Chimbinha. No rosto, aquele sorriso ma-ra-vi-lho-so.... e para que o susto fosse completo, surge no meio de um fumacê dos diabo, Joelma! TÔ BÃO NÃO. E a celebridade equilibrava-se sobre umas botas de uns 30cm de altura (uma na cor laranja e outra azul) e, naquela gestual “virada de cabeça” que só ela sabe fazer, dá-me uma “chicotada” com aquele cabelão e começa a cantar:
“Acelerou, acelerou, acelerou, acelerou meu coração... não dá pra’ segurar! Acelerou, acelerou, acelerou, acelerou meu coração... quero te amar!”. Mininaducéu... acordei com o coração acelerado! Na minha cabeça ainda a imagem do Chimbinha com aquele sorriso ma-ra-vi-lho-so. Côisdilôco... TÔ BÃO NÃO.
Ói, xôfaláprocê... nada contra, mas também nada a favor... perdoe-me quem gosta do Calypso. Pelo visto meu vizinho “ADORA” (era da casa dele que vinha a música, em plena madruga de s%$~#*< feira, umas 11:30h...) e o pior de tudo é que eu não consigo lembrar o que é que ficou acertado entre eu e minhas duas amigas, a Bruna e a Luiza... Quando eu falo procês que S%$~#*< feira é dia de pesadelo, cês acham que é implicância minha. Mas é verdadeiramente um dia chato, amargurado, avinagrado, desaforado, empoeirado, engordurado... um dia mais engordurado do que telefone de açougueiro. TÔ BÃO NÃO... E foi Calypso a manhã inteira... Já que fui acordado dessa forma agressiva, arresorví levantar de vez (prá variar, metí a canela na beirada do criado mudo, soltei um berro enquanto saía “acelerado” pulando num só pé... e de maneira alguma consegui lembrar do vasinho de cactos da Sra. Abranches...). Preciso dizer mais alguma coisa? TÔ BÃO NÃO. Mas consegui lembrar que hoje teria a minha primeira aula de Yoga e (não sei porque) pensei em desistir. Sabe aquela sensação súbita... aquele trem esquisito que sentimos quando estamos entrando no “looping” de uma montanha russa? Poizé, igualzím. Havia me informado o suficiente sobre o Yoga e estava muitíssimo empolgado para desistir por causa de... de... de uma bobagem de um arrepio. Não se sabe como surgiu o Yoga (muito menos quem foi seu criador). Dizem que sua origem remonta ao período pré-histórico, sendo que a maioria dos livros afirmam que surgiu na Índia cerca de 3.000 anos a.C., sendo Shiva o seu criador. Em 1952 houve uma grande descoberta arqueológica e passaram a ter a comprovação que a origem do Yoga é europeia (aproximadamente de 10.000 a 15.000 anos a.C.). Foram encontrados desenhos com posturas de Yoga gravados numa gruta de Addaura, na Sícilia, Itália. Vários milênios depois o Yoga teria sido levado à Índia pelos povos mediterrâneos (drávidas) e foi conservado até hoje como o conhecemos (ainda bem, pois se dependesse da cultura ocidental o Yoga já teria desaparecido há muito tempo). Eu diria, numa forma comparativa, que o Brasil é considerado a Terra do Futebol (sendo que o futebol nasceu na Inglaterra), assim como a Índia é considerada a “Terra do Yoga”. É uma coisa impressionante, mas todo indiano pratica Yoga... e é um povo educadíssimo! São tão educados que lá quem dirige é o carona. Côisdilôco. E os exercícios? E as posições que eles conseguem fazer? Jesuzamado...!!! Olha, eu tenho o péssimo hábito de roer as unhas, mas lá eles conseguem roer as unhas dos pés... é cada posição maluca que ocê acaba por não entender onde é o pé, o que é braço e onde fica a cabeça do yogue. E conseguem meditar por longos períodos. Sei de um caso verídico de três Yogues que estavam a meditar numa caverna. Um deles disse:
_ Ví um tigre.
Dois anos depois o segundo Yogue respondeu:
_ Não era tigre... era leão!.
Mais um ano se passou quando de repente o terceiro disse:
_ Olha... se ficarem discutindo, vou embora!.
É... eles levam a sério esse negócio de meditação, transe, concentração, nénão? Agora já sei porque que todo Yogue só bebe suco “concentrado”... e não comem carne. Nunca! (exceto quando mordem a língua... hehehehe)
HoooOOOOOMMMMMooooooo ... foi com esse barulho que eu e a Sra. Abranches fomos recebidos quando entramos no salão do Centro de Convivência. Achei que fosse ouvir odddddDDDDOOOOooooissss... mas ficou só no “UM” mêssss.
_ Namastê. Me saudou a atendente que, depois de confirmada a minha inscrição, cedeu-me uma camiseta lilás com o nome do grupo e me indicou o vestuário.
Sra. Abranches ficaria me aguardando na recepção e lá fui eu fazer a troca da camiseta e vestir o meu“colant” preto, presente da minha digníssima esposa.
Mininaducéu... a impressão que tive foi que o colant reduziu uns 3 números, ou então eu tinha engordado uns 6kg de quinta feira para cá (será que foram os empadões e a bacalhoada? impossível... comi tão pouco!).
Estava quase certo de que fizeram uma troca quando foram embrulhar a peça comprada, afinal de contas, experimentei tanto colant naquele dia... só podia ser isso. Com um enorme esforço e bastante jeitinho, consegui finalmente me enfiar na peça. Quando me olhei no espelho, levei um susto! Parecia uma berinjela gigante... TÔ BÃO NÃO. Saí do vestuário num passinho miúdo e me dirigi ao salão principal (tinha medo de esticar muito as pernas e o colant se abrir ao meio). Lá fui eu... fantasiado de berinjela para o salão. A professora, muito linda, de cabelos escuros, com uma tez de um verde claro (?), uns olhos penetrantes e brilhantes, portadora de um bumbum torneado, terminava a sessão com a primeira turma. No ambiente reinava uma paz deliciosa... uma música suave emanava das caixas de som estrategicamente colocadas em vários pontos do salão, quando então a voz doce da professora convoca a entrada da 2ª turma. Fui me aproximando, naquele passinho miúdo, me instalando perto de um dos inúmeros colchonetes que estavam estendidos no chão. Na minha frente, a parede recoberta de espelhos, mostrava o bumbum da professora e só então é que eu consegui visualizar todos os outros alunos... todas MULHERES! Fiquei estarrecido e envergonhado ao perceber que eu era o único homem da turma. Era o Homem Berinjela no meio de umas 20 senhoras com idade entre 60 e 80 anos... E a professora, microfone na mão, anuncia com uma alegria incontida(que deixou-me ainda mais envergonhado), minha presença unica. Todos os olhos se voltaram para o Berinjelão. TÔ BÃO NÃO. Explicou o que era Yoga... sua suposta origem... os inúmeros benefícios para o corpo e a para a mente, inclusive afirmando que era muito bom para a memória e para uma outra coisa que ela não lembrava no momento. E o colant começava a me incomodar... o trem cismava em querer sair fora dos trilhos, com a parte de trás invadindo uma área territorial pouco habitada, entrando entre as minhas nádegas. Pela primeira vez na vida pude sentir e entender a sensação que uma mulher tem em usar um fio dental. TÔ BÃO NÃO. Começou com exercício de relaxamento mental... aquela voz doce comandava e direcionava o pensamento de todos para lugares paradisíacos... menos o meu, que não conseguia ir para lugar algum com aquele trem entrando cada vez mais na minha bunda (fiquei imaginando a cena com que as Senhorinhas deparavam tendo-me à sua frente...) Coisdilôco. Passamos a executar exercícios leves... levanta um braço... o outro... os dois... Levanta uma perna... a outra... (achei fosse pedir para levantar as duas, mas ela foi muito consciente...). Ficamos em várias posturas leves (afinal de contas a idade média do grupo era de 70 anos...). Fizemos a posição do Galo (Kukkutasana), ficamos na posição da Cara de Vaca (Gomukhasana), a da Rã (Mandukasana), a do Leão Rugindo (Shimhasana) e outros bichos mais. E eu lá... apavorado com a possível posição da “Faca na Berinjela”. De repente ela avisa que executaríamos o TRICONASANA. Uma coisa simples e ela nos mostra como deveria ser executado.
Estando em pé, afaste as pernas. Deixe o pé esquerdo virado para frente e o direito para o lado. Abra os braços formando um ângulo de 180º e tente tocar o pé direito com a mão direita, sem curvar as costas ou dobrar os joelhos. Tudo respeitando o limite de cada um, claro... Se não for possível apoie a mão direita na perna. Depois era para repetir para o outro lado.
Simples assim... Bom, a primeira e a segunda parte eu consegui fazer, mas quando fui tentar tocar com a mão esquerda o pé direito, mininaducéu... eu só escutei o barulho “raaaaaaaasssgggg” e tive a certeza de que a retaguarda estava desguarnecida. E havia ainda algo mais agravante: não conseguia voltar à posição normal: TRAVEI! Foi um alvoroço daqueles... com a Professora "Fiona" tentando acudir... com todas as meninas atrás de mim dando palpites absurdos para que eu pudesse voltar à posição normal, do tipo: “puxa a cabeça dele...”, “não... não... cada uma pega de um lado e põe ele sentado...”, uma outra disse “sopra a orelha dele”... e eu não entendi de que serviria "soprar" a minha orelha numa situação dessas... Teve uma outra que sugeriu colocar uma cadeira para apoiar a minha cabeça, enquanto massageavam a minha coluna... e uma outra sugeriu fazer um chazinho de berinjela para eu tomar.TÔ BÃO NÃO. Chamaram a Sra. Abranches e só escutei quando ela gritou: “Jesus Amado, você não está usando cueca?”. Bem, resumindo a tragédia: umas quatro senhoras (cujo resultado do somatório das suas idades deveria ultrapassar os 340 anos), auxiliaram minha digníssima esposa a me conduzir até o carro... eu, Homem Berinjela... saindo num passinho miúdo... com a bunda de fora. TÔ BÃO NÃO. Já estou bem melhor. Agora já dá para escrever e virar os olhos para os dois lados. A dor maior... é a moral.
Decidi comprar o “Tudo sobre Yoga em 48 lições. 2 DVD´s + CD Brinde” e praticarei em casa mêsss... sem colant. Beijos e uma semaninha de muita luz e trabalho profícuo procê. Namastê. õ[õ Jota-A
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